Cisnes Selvagens - Três Filhas da China, Jung Chang
Para os mais atentos, eu já tinha comprado este livro antes das minhas férias de Natal. Talvez seja o livro que, até hoje, mais gostei de ler. A mistura de
disciplinas como História e Sociologia, diluem-se num extraordinário
exercício de estudo da condição humana, tanto individual como
familiar. Além disso, a história verídica de Jung Chang, é
narrada na forma entusiástica de romance, transmitindo um prazer
redobrado à leitura. Adorei, as descrições das paisagens da China,
adorei as tramas familiares e os dilemas individuais, adorei
aprofundar-me em considerações sociológicas. É um livro longo, e demorei cerca de um mês a lê-lo, mas recomendo a leitura. Na minha classificação: Obrigatório!
Em
Cisnes
Selvagens, Três Filhas da China
– Quetzal Editores:
“Cisnes
Selvagens
faz-nos penetrar profundamente na China; dos palácios às celas de
prisão, das grandes manifestações insurrecionais à intimidade dos
quartos, onde as confidencias das mulheres passam de mãe para filha.
Impressionante na sua dimensão, inesquecível nas suas descrições
do longo pesadelo da China, é simultaneamente um importante
documento de historia contemporânea e um extraordinário testemunho
do espírito humano. Combinando o intimismo da memória com o fôlego
épico de um romance, Cisnes
Selvagens,
conta a história de três mulheres, a própria Jung Chang, a mãe e
a avó materna – cujos destinos reflectem a história tumultuosa da
China do século XX. À medida que os anos passam nesta bem urdida
trama familiar, vemos três vidas desdobrando-se uma após outra,
através do amor, da tragédia e da renovação.”
“Um
romance fascinante e poderoso, que atravessa três gerações de
mulheres de uma família que viveu o entusiasmo, a repressão, a
violência e a degradação do regime chinês e do maoísmo.”
Dentro
do Segredo – Uma viagem na Coreia do Norte, José Luís Peixoto –
Quetzal Editores
Também
gostei muito deste livro, escrito numa forma muito simples, e de
leitura relativamente rápida. Para uma compreensão do Regime Norte
Coreano e da cultura Coreana. É igualmente um livro que nos faz
compreender umas quantas coisas e que nos desperta para o valor que
não damos à nossa liberdade e à nossa possibilidade de realização.
No
Teu Deserto, Miguel Sousa Tavares – Oficina do Livro
Um
livro muito curto, mas muito agradável para quem tem apenas uma ou
duas tardes disponíveis. Uma história muito bonita. Um estilo
diferente ao qual estamos habituados deste escritor. Uma simplicidade
surpreendente.
Em
No
Teu Deserto:
“Às
vezes, lá onde moro, fico à noite a olhar as estrelas como as do
deserto e oiço o tempo a passar, mas não me angustia mais: eu sei
que é justo e que tudo o resto é falso.”
O
Acidente, Ismail Kadaré – Quetzal Editores
Não
posso dizer que gostei. O inicio é demasiado confuso e a história
nunca chega realmente a desmantelar-se do novelo. Uma mistura de Romance com Policial. A ideia da história até é bastante original, mas na tentativa de aprofundar essa originalidade caiu-se no erro do excesso.
As
Rosas de Atacama, Luís Sepúlveda – Asa Editores
Gostei
muito. Novamente, a simplicidade.
Em
Rosas
de Atacama:
“Um
dia, no campo de concentração de Bergen Belsen, na Alemanha, Luis
Sepúlveda encontrou gravada numa pedra uma frase de autor anónimo
que dizia: «Eu estive aqui e ninguém contará a minha história.»
Essa frase trouxe-lhe à memória toda uma galeria de personagens
excecionais que havia conhecido e cujas histórias mereciam ser
contadas.“
Enquanto
bebia o vinho da última vindima, fiquei a saber que sobre a
trattoria pesava uma condenação à morte, que o Município decidira
deitar abaixo a casa argumentando que não reunia as características
necessárias para a incluir no inventário de edifícios históricos,
visto que os seus 150 anos não significavam grande coisa numa cidade
com edifícios milenares, e que o terreno se destinaria a um edifício
moderno.
A
casa em questão não é bonita, mas é bela. Sobretudo nas tardes de
Verão, quando Rosella tira as mesas para a rua ou coloca algumas
debaixo dos arcos de uma velha cavalariça. Então, à luz de umas
velas, janta-se num ambiente perfumado por loendros e pelas verduras
que crescem numa horta próxima. Janta-se e canta-se. Aparece sempre
um guitarrista qualquer, e à segunda canção a trattoria
transforma-se numa festa familiar. Mas nada disto importa à
modernidade.”
O
Terceiro Reich, Roberto Bolañ
o, Quetzal Editores
Não
gostei da história.